domingo, 9 de junho de 2013

Depoimento Eliana Spoliante

Tenho muitas lembranças boas da minha infância e adolescência. Assim como Gilberto Gil, eu também estudava na casa dos meus avós. Lá havia um escritório com uma estante imensa cheia de livros, duas escrivaninhas com máquinas de escrever, uma vitrola com muitos discos e uma poltrona para leitura. Era um lugar muito aconchegante. Meu avô era poeta e escritor. O Sr. Archimedes Prandini escreveu muitas poesias, crônicas, contos e romances. Teve mais de mil trabalhos publicados em jornais e revistas da época e foi meu exemplo de vida. Ele me ensinou que ler era conhecer o mundo sem sair de casa, era ter sentimentos intensos, era ter uma imaginação fértil e muito mais. Ele também era funcionário público do Estado de SP (Polícia Civil) e todo o dinheiro que sobrava no final do mês, gastava em cultura (livros, discos e quadros). Todo Natal eu ganhava coleções de livros, todos com dedicatória. Me recordo que começavam assim : À minha querida e estimada neta....
Quando completei 13 anos, ganhei minha primeira máquina de escrever. Foi assim que adquiri o gosto pela leitura e escrita, pois acho que quem lê bastante, tem maior probabilidde de escrever bem.
Lamento muito que meu avô não tenha conhecido o computador; ele iria "pirar"!
São muitas lembranças boas, mas vou parar por aqui citando uma de suas frases constantes : "Quem não tem histórias para contar é porque não lê e não vive intensamente".
Abraço a todos e bom feriado!


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